Rosa, Rosa, és um mistério.
E uma beleza. Foste-o desde sempre.
Imortalizada em Isís e Nerfetit, ou, como os lírios e Salomão, rosa do vale, Rosa de Sharom.
Os árabes te cuidaram pelas mãos doces dos Sufis de Isfaham e te cantaram em Rumi ou Hafiz; os zelosos
Gnósticos te tingiram de púrpura em Alexandria.

Os templários e os cátaros trouxeram-te do
Oriente e os trovadores cantaram-te oculta,
enquanto Dante, fiel do Amor, te viu aberta
no sidéreo céu da divindade.

Por fim, enlaçada na Cruz, qual serpente erguida,
brilhas como o símbolo dos Rosacruzes.
Pétala da Tradição, pétala da Iniciação, pétala da Fraternidade, pétala do Espírito, pétala do Amor,
sê em nós, ó Rosa Divina, ó Rosea Cruz.

(Fernando Pessoa)

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