A Pérola da Biblioteca Perdida de Assurbanípal (Casa do Saber, Dr. em Letras Clássicas Jacyntho Lins Brandão)
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Conservado em 2 tabuletas de argila, escritas em cuneiforme, o poema acádio conhecido como “Descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos” pertencia à biblioteca perdida do rei assírio Assurbanípal (685 -627 a. C.). O poema narra como a deusa Ishtar, cuja a esfera de poder é a sexualidade, decide descer à “terra sem retorno” onde os mortos encontram os confinados, de lá voltando triunfante.
A trama inclui o confronto com sua irmã Eréshkigal, rainha do mundo subterrâneo, e a vitória final de Ishtar que marca a separação entre os vivos e os mortos, entre corpo e alma.
O texto foi encontrado por uma escavação, financiada pelo Museu Britânico, por volta de 1850 em Nínive. Nessa missão foram encontrados 20 mil fragmentos de tabuinhas de argila. Depois em 1872, encontraram o mesmo poema na cidade assíria de Assur. Também encontraram um poema sumério parecido, mas mais longos. Sabe-se que os acádios são semitas e os sumérios não têm mais língua correspondente a nenhuma outra, desde 2.500 A.C., o sumério não é mais falado, mas os outros povos continuavam estudando… Da mesma forma como hoje se estuda o latim e o grego antigo.
Trata-se de um texto poético muito refinado com discurso direto das personagens sem muitas delongas. O poema joga estilisticamente, explorando o discurso direto como recurso.
O poema é nomeado com o seu primeiro verso à maneira de Gilgamesh cujo título oficial é “Ele, que do abismo, viu.” O Gênesis, primeiro livro da Bíblia, tampouco é assim chamado oficialmente. Gênesis foi o nome que os gregos deram, o nome de registro é “No Princípio” ou “Bereshit”, primeira palavra hebraica que aparece.
Portanto essa pérola de Assurbanípal se chama “Ao Kurnugu, Terra sem Retorno”, mas tem uns outros apelidos como “Descida de Ishtar ao Mundo dos Mortos”, ou ainda, “Entre os Seios”. No post posterior, disponibilizarei esse poema na íntegra para vcs!🐜😊

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