Em 1978 durante uma missa, um rapaz se aproximou da imagem da Santa na Basílica de Aparecida e a jogou no chão, estilhacando- a em mais de 200 fragmentos.

Maria Helena Chartuni, na época restauradora do MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), não possuía nenhuma ligação especial com a Igreja Católica e nem mesmo com a santa. Ela conta de algumas sensações interiores quando soube do atentado pela televisão: estava passando por uma tribulação pessoal, mas ao mesmo tempo sentia que havia sido chamada para uma grande festa e que as pessoas iriam gostar muito da minha pessoa, na época achava que era um devaneio meu. Quando ouvi o padre nervoso na tv relatando, também pensei que ele não precisava estar assim, pois iria fazer o restauro.

E realmente foi assim, o diretor do Museu do Vaticano, na época um brasileiro, indicou que se fizesse a restauração no MASP e por sua vez, o diretor Pietro Maria Bardi designou Maria Helena para aquele trabalho. Todo o processo ocorreu sem que ela jamais fizesse qualquer esforço para que a santa chegasse às suas mãos.

Outras “coincidências” entre suas impressões interiores e os eventos externos iriam acontecer. Para trabalhar com calma, sem o sufocante assédio da imprensa, foi plantada a notícia falsa de que a imagem estaria no Vaticano por 30 dias e em surpreendentes 33 dias, Maria Helena concluíu aquele trabalho. A restaudora também conta que havia uma facilidade impressionante para encaixar os pedaços, como se realmente houvesse uma ajuda espiritual naquele processo. Maria Helena afirma que não acreditava sequer que a imagem tivesse sido encontrada nas águas, mas ao ver o material terracota descamado em seu interior, comprovou que a santa realmente havia ficado muito tempo em contato com umidade.

Apesar de tantas impressões interiores sendo confirmadas por eventos externos, ela pensava que o restauro de N. Sra. Aparecida seria um trabalho de grande monta e expressão para o Brasil e para a Igreja.

Ela descobriu que, ao se dedicar à colagem, também se viu restaurada interiormente.

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