Jacinto, a Estória de uma Flor
#jacinto #mitogrego #flores #protagonismo #protagonismoliterario
Um dia no bosque, Jacinto. Um rapaz belo, doce e ágil. Mal suspeitava que seria fonte de sofrimentos divinos.
Por ele suspiravam profundamente Apolo, o deus do sol, e Zéfiro, o deus do vento oeste. Ambos susurravam ternos juramentos de imortal fidelidade. E a ambos o jovem voltava as costas, preocupado em apenas fruir os prazeres do campo.
Um dia no campo, o vento oeste ausentou-se e foi a oportunidade para que o deus da luz abrisse seu coração para Jacinto. Falou-lhe do sofrido amor que há longo tempo nutria. Dos inúteis esforços para encontrar esquecimento. Da felicidade que teria se o mortal apenas lhe concedesse sua cia.
O formoso Jacinto enterneceu-se. Parecia tão triste o luminoso rosto de Apolo. Sob suas pálpebras, podia adivinhar uma lágrima que não chegou a rolar. Com um sorriso doce, o jovem lhe estendeu a mão. Juntos brincavam os dois pela relva, corriam atrás das velozes corças que acertavam infalivelmente com suas flechas. Juntos tocavam a lira e cantavam para uma plateia de pássaros. Juntos exercitavam como esporte o disco e estavam tão contentes que não perceberam o regresso do vento oeste.
Zéfiro os viu juntos. Contorceu-se de furioso ciúme e decidiu se vingar. Chega a vez de Apolo praticar o disco, nesse momento Zéfiro sopra com tanta força que o pesado objeto muda o seu rumo atingindo a testa de Jacinto. Os risos se calam. O sangue escorre pelo bosque. Apolo também era o deus da Medicina e tenta reanimar o seu amado. Todos os seus conhecimentos divinos são inúteis diante do vigoroso corpo subitamente morto.
Querendo reter uma lembrança do amado, toma nas mãos o sangue que manchava a relva e a transforma em flor: a flor de jacinto. Essa flor renasceria pontualmente a cada despontar da primavera e murcharia infalivelmente no princípio do inverno.
📖 Dicionário da Mitologia Grecorromana (Editora Abril).
🐜🐜Nossas Redes Sociais🐜🐜
Compartilhar
Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp