Meditar com Gatos
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Havia um monge que se isolava em meditação numa cabaninha simples e afastada. Um rapaz insistia em servi-lo, mesmo com a evidente recusa do monge em torná-lo seu discípulo. Esse rapaz ficava por lá, cozinhando, limpando e o mestre o deixava ficar por simples misericórdia.
Um dia, esse monge estava meditando e o gato não o deixava em paz, esgueirando-se, subindo em seus ombros e cabeça… Não havia jeito de acalmar o gato teve de ser amarrado com o cinto do hábito numa coluna para que a meditação pudesse ser feita. O jovem só observava…
O mestre precisa partir, errar pelo mundo e espalhar a sabedoria. O rapaz insiste em acompanhá-lo, mas o monge lhe deixa mais uma vez claro que não o tomará como discípulo. O rapaz pede para ficar no casebre, aguardando a sua volta. Por compaixão, o monge aceita, mas sequer promete um dia retornar.
Anos depois, o monge errante passa pela vila da região onde antes se refugiava. Havia um grande comércio de gatos…. Gatos para meditação! O rapaz foi tomado como sucessor do mestre e havia ensinado aos locais a meditar amarrando gatos.
Assim como amarrar gatos em mastros é a ritualística de diversas religiões e de procedimentos no cotidiano. Qual a essência de cada ato sagrado e dos atos ordinários? Assim perguntou o mestre zen ao impostor que ficou pelos anos seguintes envergonhado diante da comunidade agora esclarecida.