Merlim
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Merlim, o mago e conselheiro do rei Artur, dispensa apresentações. Mas poucos sabem de sua vida antes de se tornar o icônico velhinho barbudo. Sua biografia, assim como todo ciclo arturiano, é uma mistura de lenda, fantasia pessoal e história. Dizem que nasceu de uma princesa enclausurada numa torre, a qual foi visitada por um notório espírito maléfico que estuprava donzelas na Idade Média, tais espíritos masculinos eram chamados de Incubus. A natureza maligna da criança, vinda do pai, foi apagada com o pronto batismo, no entanto ela manteve poderes “do lado esquerdo” que já se manifestaram em tenra infância. Merlim, na verdade, era filho bastardo da Princesa Real de Dyfed com um provável subrei da região que limita Ceredigion, talvez da Casa de Coel. O incômodo romance era de conhecimento público e a estória do Incubus foi inventada para salvar sua mãe do escândalo, mas estigmatizou-o pelo resto de sua vida. A lenda conta que Merlim era ainda criança, décadas depois da retirada romana na Inglaterra, o que fez com que a terra não parasse de ser invadida e fosse palco dos confrontos entre bretões e saxões. Merlim criança acompanhava Vortigern, um rei bretão histórico, em sua fuga. Eles vão a Gales e o rei tem esperança de construir uma fortaleza. Infelizmente, a construção vivia desmoronando e os feiticeiros da Casa de Vortigern lhe falam que um sacrifício de uma criança órfã resolveria o problema. Merlim foi disponibilizado. Antes do sacrifício acontecer, Merlim tem uma visão de que o problema estrutural do castelo se deve a uma piscina subterrânea no qual vivia um dragão vermelho e outro branco. O significado disto era que o dragão vermelho representava os Bretões, e o dragão branco, os Saxões, isso de acordo com o próprio mago. Os dragões lutaram, no princípio o dragão branco levava a melhor, mas o vermelho foi empurrado num abismo. O significado estava claro. Muitos entendem que Merlim profetizou a morte de Vortigern e toda a saga real posterior que vai de Ambrosius Aurelianus, depois Uther Pedragon, até o grande líder, Arthur, que empurraria os saxões. Merlim interferiu nos eventos e atuou para a concretização da unificação da Bretanha, mas essas são outras estórias… O que cabe dizer é que ele terminou os seus dias da mesma forma como ele os começou, preso em uma torre. As lendas arturianas descrevem a transição das relações humanas no tempo. Situam-se no momento histórico e mítico em que havia a barbárie e as relações humanas eram violentas para um mundo de paixões sublimadas e do amor cortês.
📷 Rennes, Bretanha, França. No coração da Floresta de Paimpont está o túmulo de Merlim. Dizem que Paimpont é a mítica Floresta de Brocéliande. Não muito longe do marco, jorra a Fonte da Juventude.
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