Obá e os Amores
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Obá é uma orixá lutadora, forte, sedutora e de grande beleza física. Ao mesmo tempo, ela se sente infeliz por não ter a mesma atenção que Xangô dá a Oxum e a Iansã. Pedindo ajuda para Oxum, ela faz uma comida para agradar o marido. No entanto, ele sente nojo da comida que Obá lhe faz e a expulsa de seu reino. Mal sabe ele, que Oxum havia enganado Obá para dar uma boas risadas dela e afastá-la de seus caminhos. Obá é o arquétipo da mulher ferida que se transforma numa guerreira poderosa e perigosa. Costumava vencer todos os opositores com relativa facilidade. Muitos desejavam confrontar tão bela e corajosa guerreira, mas todos saíam derrotados. A notícia chegou a Ogum, rei de Ire e guerreiro audacioso. O mensageiro trouxe a notícia: – Meu senhor, ela é invencível! Ogum dizia: – Eu sou invencível! Mas o mensageiro rebateu: – Ela é poderosa. Ainda não foi derrotada, Senhor! E o orixá finalizou: – É porque ela não enfrentou Ogum! E Ogum mandou que seu mensageiro fosse avisar Obá que o rei Ogum, iria enfrentá-la. Obá recebeu a mensagem e retrucou: – Que assim seja… No fundo, Ogum estava um pouco inseguro e foi procurar o sacerdote. O sacerdote que falou para fazer um ebó de quiabo e milho. – Espalhe essa massa do ebó no campo de batalha – disse o baba. A hora chegou. Obá, ao avistar Ogum, veio com toda a fúria e violência pra cima dele. Ogum apenas observava quando a orixá escorregou na massa do quiabo e indefesa caiu de costas. Esse foi o momento em que Ogum veio junto a ela com sua arma em punho. Ele poderia afirmar-se como o guerreiro invencível novamente. Ele poderia ferí-la. No entanto, ele a amou, amou- a como ela nunca havia sido amado. E eles se amaram em respeito à força e ao encanto que um exercia sobre o outro. Ali, naquele campo, não havia vencedores e nem perdedores.

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