Odin e a premonição de Jung
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Odin é o senhor da guerra. Um deus que incita e inspira homens a buscar a guerra. Ele escolhe os guerreiros que lutarão ao seu lado na Batalha Final, uma espécie de Apocalipse nórdico, o Ragnarok.
Valhala, seu palácio, está de portas abertas aos guerreiros, líderes, heróis, nobres que se destacaram no campo de guerra e o adoraram em vida. Esse deus motivava, inspirava, mas não garantia nenhum tipo de recompensa. Não havia nenhuma garantia de se adentrar em Valhala depois da morte. Ser fiel e leal nada significava para esse deus. Odin é elitista e só quer ao seu lado os melhores guerreiros, um deus sanguinário e destrutivo que só quer os melhores em campo.
Nos poemas, seus devotos expressam mágoas, retratando-o por vezes como um deus traidor. Um deus que não tem remorso algum em quebrar tratos com os seus guerreiros. Amabilidade, justiça e lealdade não fazem parte da adoração a Odin.
Odin tampouco se esquiva de sofrer violências para obter o que deseja. Ele aceita se espetado por uma lança, pendurado, enforcado em uma árvore para obter sabedoria.
Em 1936, 3 anos antes da II GM, Jung publica um artigo chamado Wotan (outro nome para Odin) e que consta na obra Aspectos do Drama Contemporâneo; nele, Jung prenuncia forças impessoais do inconsciente emergindo na forma desse arquétipo. Ele pressentia e divulgava em suas conferências, inclusive na Alemanha, a manifestação de uma psicose de massas que poderia mergulha-los numa catástrofe.
Posteriormente, os campos de concentração do Holocausto vieram à público, relembrando os ritos do antigo paganismo com armas de fogo, gás e cordas. A psicose coletiva vivida por toda a nação até seus extertores levou-a à vergonha e à miséria. Odin, como esperado, traiu-os. O cavalo de Odin, Sleipinir, descrito como ágil, veloz, 4 cabeças e 8 patas pode ser interpretado como um caixão (as 4 cabeças são as 4 pessoas que carregam 1 caixão; as 8 patas do cavalo é a soma das pernas humanas).
Ao ressuscitar da árvore, Odin trouxe a sabedoria das runas. Essa sabedoria rúnica é o conhecimento de alguns aspectos da hermenêutica do inconsciente.
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