A Verdade sobre Santos Dumont
#guiapoliticamenteincorreto #santosdumont #heroinacional #protagonismo #protagonismoliterario
Alberto Santos Dumont é um herói nacional até hoje. Até há pouco eu acreditava piamente que a ele se devia um dos maiores inventos da modernidade, o avião. Ficava com raiva quando um programa ou filme estrangeiro vinha dizer que essa glória não era do Brasil. Mas estudando um pouco mais, indo além do senso comum, é possível dizer que fui enganada. O ufanismo se sobrepôs à verdade histórica durante meus estudos regulares, infelizmente fui ensinada que havia um herói chamado Santos Dumont.
Acredito que a verdade deve imperar sobre o ufanismo. A verdade não é fácil, mas é somente por ela que poderemos amadurecer em mentalidade e crescer. As crianças precisam de heróis e os adultos, que possuem estabilidade emocional e um ego forte, trabalham com fatos e fazem desses fatos, os limões, uma saborosa limonada.
Isso não quer dizer que Santos Dumont foi totalmente irrelevante. Ele podia ser apenas um garoto riquinho e esnobe que torrou toda a fortuna do pai cafeicultor em seus passatempos prediletos. Mas ele fez mais, ele contribui para aviação, mas jamais foi seu inventor. Ele se interessava por balões e conseguiu construir um grande dirigível que sobrevoou em círculos a Torre Eiffel em 1901. Por causa desse feito, ele ganhou uma boa grana do concurso da época e distribuiu – a entre seus ajudantes. S. D. não precisava de dinheiro, mas era obcecado por fama – ele contratava agências de Relações Públicas para acompanhar e catalogar notícias com seu nome…
Biógrafos chegam até mesmo a suspeitar que ele se autossabotava! No afã de participar de feiras e concursos de invenções, ele levava seus zepelins, esse era seu know-how, mas vira-mexe algo acontecia (sabotagens) e ele não participava. Há muitos episódios em que ele aparece como vítima dessas sabotagens e se negava a ter ajuda para os reparos que poderiam lhe dar a chance de participar – o que levanta a suspeita de autossabotagem para ganhar mídia ou talvez porque não estivesse seguro sobre o invento.
Biógrafos também dizem que havia uma insistência em S. D. usar balões, enquanto tds os demais inventores já pensavam em um maquinário por motor. Só com muito custo, ele entende que o motor era o futuro que todos buscavam desenvolver.
Em 1906, há um concurso de aviação promovido por milionários franceses e S.D. desenvolve um projeto de asas planas em que só cabe o piloto.Nesse projeto, o piloto vai em pé dentro do que parece ser uma cesta de balão, o vôo não tem estabilidade e dá pulinhos. O 14 Bis voou 220 m. numa altura máxima de 6 m. e sem muita estabilidade. Muitos brasileiros não sabem, mas S.D. nunca ganhou o grande prêmio do concurso de 1906, apenas 2 prêmios menores por ter atingido alguns pré-requisitos estipulados pelo concurso. Em 1907, o 14 Bis quebra completamente em um teste realizado. Seu projeto não deixou legados nem para o balonismo e nem para a incipiente aviação.
Já os irmãos Wright eram bastante reservados e até mesmo queriam evitar a imprensa local durante os 1os. testes aéreos. Ao contrário de S. D., eles não eram ricos, trabalhavam consertando bicicletas e havia grande desejo de se obter a patente com o invento. Eles temiam ser copiados e queriam trazer o invento sem falhas diante do público. Em 1903, testemunhas vazaram para a imprensa local os vôos-testes, um deles de 260 m. Em 1904, os irmãos W. fizeram 45 minutos de vôo e com começaram a convidar empresários e repórteres para assistirem. Em 1905, os irmãos convidaram 30 pessoas de credibilidade para assistir voltas circulares em um campo (o 14Bis não fazia curvas) em um vôo de 39 minutos, percorrendo 38 Km.
Um mês antes de S.D. apresentar no 14Bis, os irmãos já fechavam acordos comerciais do 1o. avião. Quando Wilbur Wright foi a França em 1908, todos os engenheiros franceses revisaram seus projetos, W.W. fazia voos de 2 horas com plena estabilidade e dirigibilidade. Até mesmo o mais patriota francês da época indicava os W. como os verdadeiros inventores do avião. Nesta época, S.D. morava na França e se amargava com a perda de popularidade.
Ele voltou ao Brasil, único país do mundo, que o considerava inventor do avião. S.D. não fez esforço algum para elucidar o equívoco e vivia recebendo homenagens. Também há uma lenda em torno de sua morte… Dizem, S.D. se suicidou num quarto de hotel no Guarujá ao ouvir bombardeios aéreos durante a Revolução Constitucionalista; dizem que ele se ressentia por sua invenção ter se tornado uma arma de destruição em massa, mas isso tampouco procede! A verdade é que dirigíveis, tecnologia que ele dominava, já eram usados em guerras (inclusive a Guerra do Paraguai), e em cartas do início do século XX, S.D. já vislumbrava a possibilidade de seus inventos serem usados nas guerras sem nenhum pudor ou remorso. Quem pesquisa S.D., afirma que por viver uma homossexualidade escondida e ter forte depressão, ele se suicidou. Talvez a perda de popularidade no mundo, tenha contribuído para o seu suicídio.
A verdade traz maturidade.
📺 Do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil – Episódio Santos Dumont.
Compartilhar
Share on facebook
Share on twitter
Share on whatsapp