Mordred (por Luciana Mion)
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Eu sou o décimo-terceiro, a devassidão caída e forte sobre o reino. Eu sou filho do rei e da feiticeira. Eu sou filho de meio-irmãos e sou monstruosamente perfeito. Eu sou o modelo da contemporaneidade, eleito como primeiro em rankings de disputa. Mas sou o décimo-terceiro. Eu comando este reino. Eu comando legiões de homens com palavras, olhares, posturas, respiros e pensamentos. Até no fundo escuro do campo, eles cumprem meu sutil comando. Eu sou parricida e a cova de meu pai morto desaparecida. Eu faço a lei e quebro a lei com um piscar de sono e de vida. Eu cavalgo pela morte impune e, dou e desdou aleatórios significados à cruz civilizatória; com a espada eu corto os teus braços e os meus braços. Como um potro da bruxa, eu regenero. Randômicos, caóticos, aleatórios sentidos e significados. Guerras de cruzes e de espadas. Eu vim torto como um galho de carvalho. Estou aqui, Mordred eu sou, eu comando este espaço.

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