Bambus de Lúcia ana (Homenagem por Luciana Mion)
#poesia #protagonismo #protagonismoliterario
São tantas grades e gaiolas
Barras de ferro dentro de
mim, sobre mim.
medo, medo do não
medo do sim.
Paredes de ferro ao meu redor
e sobre mim, ferro, ferro e sacas de areia e
cimento
e da saliva da minha
boca estupefata sempre
aberta por ter respiração
trancada. fiz essa argamassa.
Ensinaram pra mim:
– faz de tudo isso a tua casa,
a tua argamassa.
da saliva da minha
boca – que eu molemente dizia Sim
Sim, essa é a minha natureza.
As leis dos homens é a minha
natureza.
Eu preciso vencer e me erguer
em vida. Sim, um pouco mais forte.
(Indiferente de todo sim e não um sol
brilhava e me oferecia sua energia).
Cansaço, sempre cansaço, pesado.
Mas havia um sol cintilante
tão longe quanto qualquer estrela
e a respiração sempre tão presa.
mas ele existia e eu começava a exalar.
e a inalar. com pés de chumbos. plantados
no chão.
e lâminas de vidro para compor,
debaixo do braço.
Minha edificação.
Errei! Por astrônomos e agricultores,
busquei em croquis e alvarás.
Será que o sol dizia Sim?
À lei dos homens, eu me curava e pro
futuro fortificava.
Mas foram os especialista do vento que me
ajudaram:
essas não são barras de ferros, são
bambus – assim disseram.
Os lindos e premiados bambus de Lúcia?
Não, os pesados e quebrados bambus de
Lúcia ana.
E como vento foram embora e como vento
eu respirei sem saber do sim do sol.
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