Não há conhecimento que não passe pela estranha experiência do amor. (p.78)

O amor e o medo andam sempre juntos. Nietzsche dizia que no amor é sobretudo o temor que nos faz crescer. A ilusão amorosa mostra a beleza do outro, mas o temor estimula a refletir, a buscar, a adivinhar, ou seja, a exercitar-se para penetrar na realidade além das aparências. O medo desempenha papel propulsor de conhecimento. Já Platão falava de Eros como conhecimento. O amor excita o medo, porque o que o outro representa vai sendo continuamente interpretado; e essa dimensão é um espaço infinito, porque a interpretação total seria o fim dessa exuberante força que estimula para o outro. Existe a primitividade do que não se conhece, porque envolve níveis muito elementares que não saíram do plano da racionalidade: eles nos tomam e somos dominados por eles. (…) Eu então diria que o ser humano experimenta a si mesmo quando consegue transgredir. (p.51)

📖Eros e Pathos – Amor e Sofrimento (Aldo Carotenuto)

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