#fragilidade #responsabilidade #pensamentos #jung

“Onde há poder, há fragilidade. E onde há fragilidade, há responsabilidade. E onde há fragilidade, há responsabilidade. Quanto a mim, diria mesmo que o objeto da responsabilidade é o frágil, o perecível que nos solicita, porque o frágil está , de algum modo, confiado à nossa guarda, entregue ao nosso cuidado”. Paul Ricouer Responsabilidade diz respeito ao dever de proteger o frágil. Proteger do descaso, da brutalidade, da destruição.Para aquele possuidor da certeza, o frágil torna-se apenas aquilo que é o seu oposto, seu avesso, aquilo que ele tentará através da força bruta converter em algo idêntico a si mesmo. A clínica junguiana é a clínica do frágil, do que está fora da consciência, daquilo que se encontra à margem, merecedor de atenção e não expurgado ou violentado na sua condição. Analistas devem ser os zeladores do que é frágil da condição humana. Devemos ter sob nossa guarda a responsabilidade de acolhermos o que é perecível, fraco, delicado, necessitado de atenção. O fracasso da responsabilidade sobre a fragilidade é a violência, a sombra que retorna no seu aspecto mais radicalmente destrutivo, despedaçante, desfazendo Eros e nos lançando no reino das pulsões míticas agressivas. É necessário uma ética do cuidado, uma ética religiosa no sentido que Jung emprega ao termo: “atenção cuidadosa com o fenômeno”. É preciso ter empatia, é preciso olhar para o outro, percebê-lo como possuidor de uma realidade legítima e diferente a que eu possuo. Fora disso, só há barbárie, puro reino maldito da sombra.

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