O ARCO-ÍRIS (conto cigano)
Em tempos não tão distantes, os ciganos eram perseguidos e massacrados por povos bárbaros. Eles viviam desesperados e sem perspectivas, pois não tinham como se defender de tão acirrada perseguição…Dizem que os ciganos são pacíficos e não guerreiam. No lugar de armas, portam seus violinos, e, no lugar de guerras, cantam suas canções e alegrias, e, no lugar de destruição, trazem a beleza de suas danças, e, no lugar da morte, os seus corações pulsam com a alegria de viver e de ser livre.Difícil para o povo cigano ter que agredir ou matar para se defender!Assim, os ciganos sempre batiam em retirada procurando a tão almejada paz emtre os outros povos. Numa das partidas da caravana, uma cigana viu o arco-íris e pediu com toda a força que os poucos que restavam de seu clã, inclusive o filho que esperava em seu ventre, se salvassem. Ela rogava:- Deus do arco-íris, tu que atravessas os céus ligando à terra de uma extremidade a outra, eu, a Cigana, te invoco e te imploro, salve-nos e nos mostre a terra da paz!E, se jogando ao chão, chorou copiosamente. A cigana percebeu que as cores do arco-íris começavam a brilhar cada vez mais intensamente, alternando-se com rapidez. Era como se fossem as cordas de um instrumento musical sendo tocadas e sons melodiosos saíssem… Sua alma então se aquietou, uma imensa paz a invadiu e ouviu uma voz dizendo:- Cigana, a sina de seu povo será se espalhar pelo mundo, povoar as terras mais distantes, representando-me em sua beleza. O céu será seu teto. A terra seu palco e seu lar. Eu ofuscarei a visão dos seus perseguidores para seu povo partir em segurança, mas o filho que você carrega estará comigo.A cigana segurou seu ventre com as mãos e gritou:- Não, não me peça o meu maior tesouro, ó Deus do arco-íris, eu te peço não tire a vida do meu filho!Então disse a voz do alto:- Seu filho não perderá a vida. Ele estará entre vcs como guardião da magia das cores e do pote de ouro ao final dele. Esse pote contém os valores da união entre vcs, da alegria de espírito e do amor pela liberdade.
Fonte:https://www.augustopessoa.com/contos-ciganos (retirado da adaptação de Augusto Pessoa)
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