Pensamentos Poéticos sobre a Pequena Sereia (por Luciana Mion)
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{Um brinde à etérea taça do fascínio que nos
deu a pequena sereia do fundo aquoso!}
{Um brinde ao canto de um homem louco, que
em conto nos deixou este relato há muito
esquecido!}

Dum estouro de champanhe, ela surgiu.
Pequenina criatura de extensa e imensa
realeza, dons e mimos – extensão e imensidão
de todos os mares do mundo.

Como um desafio disfarçado de privilégio, foi
lhe dada a permissão de se afastar de seu
profundos tesouros e amigos para observar a
superfície das coisas.

Um navio, um príncipe de ordem menor suado
e sujo como um marujo e, uma tempestade no
ápice de sua dança – ela viu…

{Mas uma sereia cantaria a magnífica ária r
levaria consigo os que mais lhe agradasse!}
{Ela apenas viu e isso foi seu desafio para o
desafio, não entoou o seu canto mais perfeito,
absteve-se de usar a sedutora força!}

A pura pequena sereia salvou o diminuto
príncipe da superfície das coisas.
Em quietude frente ao caos do momento é na
quietude da praia segura, ela o protegeu e o
guardou em seus olhos.

Ela o guardava e ele o buscava distorcida
como na imagem distorcida do espelho d’água
daquele momento. Dos desencontros de
desejos é que se confirma o destino deles.

Se ela tivesse agido de acordo com a natureza
e, como suas ancestrais nas odisséias, levado
o herói em vôo para seu reino… Se ela tivesse
usado o máximo de poder de suas voz, pelo
menos o encanto do espelho distorcido teria
se quebrado…

{Ela foi abdicando dos seus dons, suas
relações e cada pequeno passo ao lado dele
era sentido como uma dor excruciante!}
{Ele apenas a colocou como sua criada,
desposando uma outra princesa medíocre
como ele, um belo rosto similar ao dos seus
delírios distorcidos!}

A oceânica expressão da princesa do mar foi
desperdiçada como uma servente para um
medíocre casal terreno. A dor de seus passos
foi potencializada pela dor de seu coração.

Mas a pequena sereia virou um enorme anjo,
encontrando sua felicidade nos céus. Foi isso
o que disse Hans Christian Andersen, o louco
contador de uma estória há muito esquecida.

{Um brinde a Hans que a viu no fundo de sua garrafa de absinto!}
{Uma oração à falecida sereia, pois desde
àquela fatídica tempestade nunca mais
cantou!}

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